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Conheça faixa a faixa de Miocardio, disco de estreia do artista Barro

13:54Sonora

Em carreira solo, o artista explora ritmo cheio de nuances nordestinas, aliadas ao sotaque recifense

(Laurindo Feliciano)

A cena musical de Recife ganhou, nesta terça-feira (9), mais um grande trabalho para agregar-se a ela. O guitarrista da Banda Desineé, Barro, lançou seu primeiro disco que leva o nome de “Miocardio”.  Com 13 faixas, a música “Vai” – lançada em abril - abre o trabalho e ainda conta com uma versão em italiano e em parceria com Serena Altavilla.

Capa de "Miocardio"
Em entrevista exclusiva, Barro comentou um pouco sobre a decisão dela como a faixa que apresenta o disco: “Acho que essa música abre os caminhos, manda uma boa energia e tem esse mote do ‘vai’, como um estímulo mesmo, a gente ter força e encarar a viagem que é o disco”, conta. Ainda explica sobre sua versão em italiano, “Já tinha umas ideias de palavras e métricas, mas ela surgiu de forma muito instintiva. Depois que fiz uma demo, e as pessoas começaram a ouvir, muita gente veio me falar dela, inclusive o selo de música na Itália  que está trabalhando comigo escolheu ela como a música pra apresentar ao público italiano e fazermos uma versão pra ela”.




“Ficamos Assim”, segunda música do disco, foi escolhida como single sucessor da primogênita “Vai”. Lançada em julho, a faixa serviu como mais uma prévia do que Barro prometia para o trabalho pronto que chegaria pouco depois. Também com uma levada animada, mas dessa vez um pouco menos eufórica que a primeira música divulgada, ela abriu o caminho para o “Miocardio”.



“Volver” conta a participação de Catalina García, colombiana e cantora no grupo musical Monsieur Periné. “Rolaram algumas matérias ligando a banda dela e a banda que toco. Nesses tempos ela veio tocar em Recife, e sempre houve a vontade de fazer algo juntos. Quando compus ‘Volver’, só me veio o nome dela. Catalina representa muito essa força da mulher latino-americana, e pra mim é uma das grandes cantoras e compositoras que já conheci”, conta.


Ainda aproveita para falar sobre a faixa ter sido composta em espanhol: “Acho o Brasil muito isolado nessa conexão latino-americana, queria estar mais próximos dos hermanos, e ‘Volver’ meio que representa essa minha vontade”, conclui.

“Mata o Nego” vem com um refrão animado, chiclete e apaixonado. Barro conta sobre o processo de composição: “Eu criei o refrão, e tinha ideia dos caminhos, aí joguei pra Ed Staudinger que fez as melodias definitivas das estrofes, e eu pus a letra”.

Todo o disco é composto pelo artista, com parceria em algumas faixas. “No geral as composições fui fazendo mais sozinho mesmo. Acho que sempre é autobiográfica, as coisas estão aí. Dentro desse disco experimentei estar sensível as energias, sabe? Hoje enxergo composição como algo que me atravessa, uma conexão com o que está ao redor”, confessa.


(Reprodução/ Facebook)
“Piso em Chão de Estrela”, com certeza está entre as minhas favoritas. Com tantos ritmos juntos, um forró, um samba, um sample que remete ao nordeste imediatamente e até um coral no refrão. A letra romântica consegue mesclar a doçura de um amor com a dor da solidão que a estrada trás.


“Nouvelles Vague” surpreende. Uma composição em francês – que mescla frases em português- e em parceria com Juçara Marçal. “Eu sou fã demais de Juçara Marçal, e ela é uma das cantoras que mais me emociona de todos os tempos. O time dessa faixa é um orgulho só. Gui Amabis produzindo, nos coros e samplers, dengue no baixo, Ricardo fraga na batera, Gilu Amaral na percussão, eu e Rogerio Samico na guitarra e o maestro Henrique albino e Moabe nos metais”, conta.


“Poliamor” dá continuidade ao disco, em uma letra tão sincera e envolvente que era quase impossível não ser minha favorita. Ela antecede a faixa mais triste e pesada do disco, “Despetalada”, música com um sentimentalismo e empatia maravilhosos.


“Ela surgiu após aquela semana que rolou a hashtag #meuprimeiroassedio. Passei a semana lendo aqueles relatos e todo aquele sofrimento de várias colegas e amigas. Essa música é esse sentimento de empatia sobre uma questão tão triste da nossa sociedade que é o assédio de crianças e adolescentes. Encaro o tema de frente e entendo essa exposição como um processo de transformação social”, declara.

A batida de “No Era” suaviza o clima em parceria com Lisa Moore e também misturando duas línguas, desta vez, inglês. Ainda com certo pesar, mas já mais leve, a faixa conta até com um momento meio remix, meio dançante.


“Carpe Diem” passa exatamente o que o seu título sugere e emerge um clima divertido e dançante. “Todo Pôr do Sol” chega com mais calma e de certa forma com um ritmo mais melancólico, mas uma letra que é pura poesia e que garante uma reflexão sobre agradecimento.


A faixa título “Miocardio” vem com um som manso que já avisa em seu primeiro verso “levo o tempo devagar”. Tranquila, serena, intima. “Miocardio é uma palavra que me representa, e acho que funcionava pra dar título a essa música em específico, por ser mais íntima mesmo”, confirma Barro.


Serena Altavilla e Barro - (Reprodução/Facebook)
“Vai” em sua versão em italiano fecha o disco com a mesma animação que abriu. “Eu morei um tempo na Itália em 2005, e italiano é a língua que falo melhor. Pra mim foi lindo demais, uma oportunidade de me conectar com essa memória afetiva”.

O multiartista aproveitou pra nos contar um pouco sobre a identidade visual do disco que ficou sob responsabilidade de Laurindo Feliciano. “Ele foi à veia e trouxe as influências certas que conectam o nordeste, a arte latino-americana e uma estética pop. Ele de certa forma é meu alter-ego visual, as colagens dele são os meus samplers”.



Os planos para um futuro próximo são promissores: “Minha vontade é de sair por aí tocando e mostrando as músicas por esse Brasil e pelo mundo. Estamos trabalhando pra isso rolar, e sinto boas vibes em torno do disco”, conclui. 

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