álbum
apresentação
Em noite calorosa, Mahmundi fortalece público com show na capital paulista
15:26Sonora
Sesc Belenzinho, na zona leste, recebeu mais de trezentos fãs da artista
(Crédito: Lucas Silvestre)
Mulher que decidiu expor a
própria imagem na capa do primeiro disco homônimo lançado há um ano. Mahmundi é
a junção de seu nome, Marcela, e “mundo”, o que explica, sem precisar de uma
palavra, a simplicidade e fortaleza na capa de seu álbum e personalidade.
Aos fãs de música
alternativa, Mahmundi chegou como novidade, mas se consolidou pouco tempo
depois, com a sonoridade que transita entre o synthpop e o r&b, traz letras
simples e com cada instrumento que faz sua função como se todos dançassem em
sincronia.
Mas conheci Marcela
antes de conhecer Mahmundi a fundo. Em uma dessas festas que você encontra os
influenciadores do mundo digital e os apresentadores das grandes emissoras que, com uma cerveja na mão, todos são do mesmo mundo. Ela me foi apresentada e
eu me surpreendi com tamanha simplicidade. “Então essa é Mahmundi, que bombou
(pra mim) de um dia para o outro no Spotify e está fazendo o maior barulho?”,
pensei. Ela mesma.
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(Foto: Reprodução/Youtube) |
A festa acabou, fui embora e
voltei a dar atenção ao seu primeiro e único disco. Até que tive a chance de vê-la ao
vivo, em ação, no palco do Sesc Belenzinho, na última sexta-feira (10), e fui
recepcionada pela plaquinha “ingressos esgotados”. Lá vamos nós nos aventurar.
Agora Mahmundi, com figurino simples e acompanhada de projeções cheias de cor e movimento, ela abriu a noite com “Desaguar”, seguiu com “Hit” e “Azul”, todas sobre amor e desamor. E começou, em um discurso quase que para si mesma: “Assim descobrimos como se vive, como se compõe, o encontrar pessoas. Indico vocês a terem essas experiências. É gratificante esse rolê que a gente faz. Encontrei Lucas Ferreira (seu tecladista) para cantar e estávamos dispostos a fazer uma canção que tocasse o coração das pessoas, essa é uma delas”, sobre “Sentimento”.
O AMOR É UM ARTIFÍCIO
Próximo ao fim, chegou a hora de "Eterno Verão", que trouxe a reflexão da artista que exala indícios de força, mas também se sente confortável ao se expôr ao público, que também chama de amigos. "Só a gente sabe como é viver com a gente mesmo. Falo por mim", e por nós também, Mahmundi. A canção transformou a energia do palco em uma boate dos anos 80, fui transportada a uma sem nem ter vivido naquele tempo. A banda explodiu e foi hora de dizer "obrigada, São Paulo".
Uma hora e dez minutos foram pouco. Mahmundi já sabia. Voltou com bis. E voltou com tudo na performance de "Leve".
EU FICAREI MAIS LEVE, EU FICAREI MAIS LEVE
Sobre uma das últimas músicas, Mahmundi contou que "eu tinha toda a melodia na cabeça e minha mãe tem mania de mandar todo mundo lavar a louça, a família tradicional brasileira. Estava lá toda ensaboada e pensei que tinha que guardar essa melodia até acabar. Primeiro veio o solo, depois a melodia e depois a letra", e continuou: "Desculpa desconstruir, gente, mas sou cantora, produtora". E mulher. E negra. E formadora de opinião. E artista. E o caminho, ainda que difícil, para o futuro. Não podia finalizar melhor, e finalizou com "Hit". Mas Mahmundi é mais. Mahmundi é completa - e para durar.
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