Ava Rocha Clarice Falcão

PLAYLIST GLR PWR - As mulheres que representam o nosso universo

12:36Sonora

Março traz o dia para refletirmos sobre a luta das mulheres e reacendermos o debate por igualdade. Preparamos uma playlist poderosa com um monte de mina forte e empoderada pra refletir sobre a data. Vem!




Dia 8 de março foi elegido como Dia da Mulher diante da luta por uma vida melhor, mais respeito e direito ao voto que acontecia nos EUA e na Europa entre os séculos XIX e XX. Assim nasceu a data que conscientiza uma reavaliação geral da sociedade.

Não é dia de apenas encher sua mãe ou namorada de flores, mas sim de repensar em como ser mulher é uma batalha diária e nada mole. Com muitos desafios alcançados e escorraçados pela garra feminina, caminhamos para a igualdade, mas ainda falta muito.


(Foto: Reprodução/Pinterest)
Eu, como mulher, enalteço e agradeço o dia, mas rezo para que seja um questionamento diário e que expanda-se a todos. Lugar de mulher é onde, como e quando ela quiser. 

Sabendo de tudo isso, criamos uma playlist com grandes mulheres da atual cena musical nacional. Vem dançar ao som delas!



Clarice Falcão abandonou o posto de menina fofa e indefesa para se libertar de um mundo de esteriótipos. Ela é problema dela! Com a consciência necessária, Clarice nega o posto de ícone do feminismo e alega ter privilégios demais para simbolizar a luta: "Ser feminista é necessário. Só não vai ser quando estiver tudo igual, a gente não ganhar menos, o aborto for legalizado, mas fico agoniada de tomar um espaço de gente que sabe mais porque estudou e viveu mais. Acho complicado ocupar um lugar de ícone", ponderou em entrevista ao Diário de Pernambuco

Em novembro do último ano, a cantora carioca propôs reflexão com o clipe de "Survivor", versão da faixa do grupo Destiny's Child que, na letra, desperta o empoderamento feminino. Toda a renda obtida através da venda da faixa no iTunes foi destinada à ONG Think Olga que luta fervorosamente pelos direitos das mulheres. 
Não tira o batom vermelho!



A cantora baiana de 39 anos sempre exalou força. Pitty é o nome do rock nacional que ascendeu em meados de 2003 com "Admirável Chip Novo", no auge da sua juventude e dreads no cabelo. Autêntica e questionadora, Priscilla Leone, como consta em seu registro de nascimento, foi uma das primeiras a encorajar o debate sobre direito das mulheres e dificuldades que todas passam no cotidiano somente pelo seu sexo.

Há três anos, ao ser convidada para um debate sobre feminismo no programa Altas Horas, da Rede Globo, a artista se envolveu à uma polêmica após discordar de Anitta. O debate, que em primeiro momento pareceu simples, reforçou que estar "quase lá" na luta pela igualdade definitivamente não é estar lá. 

“Acho importante. É sempre bom a gente tocar neste assunto, porque acho que rola muita confusão [acerca do tema], muita informação desencontrada, muito preconceito. Acho que nunca é ruim a gente tentar esclarecer as coisas... O feminismo não é só bom para as mulheres, para os homens também, para a sociedade, pois se trata de igualdade, não de supremacia. O machismo oprime os homens também. Acho que no dia que eles perceberem isso, vai ser uma grande revolução", disse Pitty à Rolling Stone em dezembro de 2014.




Tulipa Ruiz tem a voz doce e vive cantarolando sobre amor, a sutileza das coisas e, principalmente, no ponto de vista de uma menina que por vezes é mulher e vice-versa. Em "Da Menina" a cantora nascida em Santos enaltece a beleza feminina em cada um de seus aspectos, estimulando a auto-estima. O recado é breve, acompanhado de uma melodia suave e com tom libertário. Na faixa, Tulipa enxerga o descobrimento do próprio corpo, do amor próprio. 

A discussão e impulso ao amor próprio estão diretamente ligados a uma das lutas mais ferrenhas que o feminismo traz: os padrões que estão sempre decidindo o que deve ser ou não bonito e desejado, colocando as mulheres como escravas da própria autoestima e desencadeando transtornos. Que saibamos e lembremos com convicção que ninguém é como a capa da revista.
A advertência da cantora vêm com palavras breves e nos lembra que podemos ser quem quisermos e sairmos plenas depois de beijar o espelho. E, o salto alto fica a seu critério, ok? Você também pode substitui-lo por um tênis se achar melhor!




Negra, mulher, do rap. Tássia Reis nasceu no interior de São Paulo e, driblando desafios, tornou-se promessa do rap nacional com riso fácil, voz de veludo e uma mensagem marcante, emponderada e muito necessária. Aliás, Tássia por si só é a mensagem.

A discriminação racial, os padrões impostos e o machismo presentes na sociedade precisaram ser enfrentados também no mundo do rap."Tem muito estereótipo dentro do rap em relação ao feminismo. Já vi um monte de coisas por parte de MCs, por parte do público também, em relação, por exemplo, a tratar o estupro como algo corriqueiro, normal ou culpa da mulher. A gente tenta desconstruir isso de várias maneiras, expondo as ideias, fazendo as nossas movimentações, porque tem o lance de que só nos chamam para o 8 de Março [Dia Internacional da Mulher] ou 20 de Novembro [Dia Nacional da Consciência Negra]", conta Tássia Reis à Revista Fórum

Cantando sobre amor, ela é a é a mulher crua, nua, real, desejando e esperando igualdade. 




Elza Soares arrepia. Arrepia pela voz, arrepia pela força, arrepia pela energia que transborda, arrepia pela história de vida. Considerada Cantora do Milênio pela BBC, conhecida como rainha do samba, Elza é um ícone do feminismo e da luta negra. 

Nascida na favela, com seu primeiro casamento aos 12 anos, primeiro filho aos 13, viúva aos 21, a vida não deu trégua e o que viria não seria fácil. Se envolveu com Garrincha, foi julgada, escorraçada. O jogador largou sua esposa para viver ao lado da cantora, que recebeu nome de "vadia" pela decisão. Sofreu um acidente com Garrincha bêbado ao volante e perdeu sua mãe como consequência. Elza sofreu agressões e teve uma vida sofrida, que estampa em sua feição dura, porém forte.

Nada disso a deteve e nada deterá. Até o fim ela vai cantar! Essa é sua promessa na faixa-título de "Mulher do Fim do Mundo", álbum mais recente lançado em 2015. Entre as faixas temos "Maria de Vila Matilde", que incentiva a denúncia à agressões contra mulheres. No show ela declara "vamos gritar, porque gemer só de prazer"




Ava Rocha é contestadora, perigosa, ardente. Ela nada contra a maré e agrega os elogios ao seu jeito desgarrado e voz, por vezes, comparadas à nomes como Gal Costa. A originalidade, o preceito do som - seja ele barulho ou silêncio - faz de Ava uma curva na reta e, assim, um nome feminino ascendente e forte. 

Ava Patrya Yndia Yracema, seu nome de batismo e título de seu disco de estreia, se aproxima do tropicalismo e teve intenções fortes de se fazer presente, unanime, quente e político. Encarando de frente, mostrando as muitas faces de si e de mulheres. O preceito de fragilidade feminina fica longe da obra de Ava, mas ainda assim a feminilidade é evidente. 

"Mesmo as canções que falam de amor no disco são muito universais. É um disco muito feminino nesse sentido, de ter diversas mulheres e não uma coisa clichê da mulher. É um disco que tem a amante, a revolucionária, a mãe, a que ficou sozinha... não canções que falam de mim, da minha relação. Eu visto um pouco esses personagens", contou a cantora ao G1.

É o relato de mulheres como são: que amam, sofrem, que são mães, que são soltas, que são barulho alto ou silêncio calmo, que são vozes graves e espaços no tempo, porque mulheres não clichês!



Karol Conka é mais um exemplo de mulher, negra, forte e do rap. Devemos celebrar cada uma. Cada mulher que ascendeu diante à tudo mesmo considerando desventuras e preconceitos. Há um tempo atrás, a rebeldia dela e de todas seria cruelmente julgada (e de certa forma ainda é). 

A curitibana de 30 anos explora o feminismo, racismo e empoderamento em suas letras embaladas pela voz rouca. "Tombar é ser feliz. Se sentir realizado de uma maneira simples e prática", explica Karol ao O Globo. Conhecida como líder de uma "geração de tombamento", a cantora ainda explicou ao site: "É uma galera que não quer mais saber de opressão e que está cansada de julgamentos e rótulos".

Karol, que escrevia música desde pequena, assiste sua aula sobre o fim dos preconceitos ser disseminada e entendida. A mãe de Jorge é determinada, relembra diariamente aos fãs e novos seguidores o valor da mulher, a beleza feminina, o respeito aos negros, o respeito às formas diferentes. Karol Conká exala liberdade e canta para libertar. 



IZA vem sendo considerada uma nova aposta e ufa... uma mulher negra e empoderada como aposta da Warner é pra tirar o fôlego de qualquer um! A carioca tem carisma de sobra, mas o que importa é seu recado "Quem sabe sou eu"

A artista ganhou destaque com o vozeirão apostando em covers e chegou com um clipe poderoso para relembrar: "uso mini saia, sou bem resolvida, mas especialmente quem sabe é você, mais ninguém."

Em entrevista ao Ego, IZA mostrou sua consciência e preocupação em ter mulheres, especialmente negras, na mídia. "Preciso falar dessas questões porque não estou na frente das câmeras e falando com várias mídias diferentes só para entreter, para divertir... Isso também é bacana, mas tenho uma missão. Tem várias 'minas' negras que queriam estar no meu lugar e carrego elas junto comigo. Também tem a questão da representatividade: é preciso que as pessoas se enxerguem na TV, nas novelas, na música, nos brinquedos que compram".

Segundo o IBGE, em 2014, 57% da população brasileira era negra. IZA acorda para essa realidade e lida com duas minorias que são atingidas diretamente por preconceito e machismo. Sua mensagem deve e vai inspirar muitas meninas!

(Foto: Reprodução/ Pinterest)

Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino e da libertação de padrões opressores patriarcais, baseados em normas de gênero.


PLAYLIST GLR PWR - Você também pode colocar suas músicas preferidas!

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